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Chá Beneficente da Avosc Homenageia Dona Maria dos Anjos Cury

Notícia publicada em 23 de outubro de 2015

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Foto (Provedor Reginaldo Abrão com Leila, filha de dona Maria Cury,  netas Mariana e Juliana e dona Miriam N. do Valle)

O tradicional Chá Beneficente da AVOSC aconteceu neste último dia 15 de outubro, no Clube de Campo e foi totalmente dedicado à memória de dona Maria dos Anjos Cury falecida no dia 11 de setembro de 2015. Uma das fundadoras e presidente vitalícia da Associação das Voluntárias da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes nos últimos 40 anos dedicou seu tempo ao trabalho voluntário na Santa Casa de Mogi das Cruzes.

Cerca de 200 pessoas estiveram presentes ao evento que contou também com os familiares de dona Maria Cury (como era chamada por todos no Hospital), diretoria e provedoria do Hospital e puderam ouvir um texto escrito pelo médico Dr. Odilon Negrão Neto e lido pela atual presidente da Avosc, Miriam Nogueira do Valle. O provedor da Instituição, Reginaldo Abrão, na abertura do Chá citou a importância do trabalho voluntário exercido, todos estes anos, por dona Maria junto à Avosc e  à Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes e pediu que todos fizessem um minuto de silêncio em sua homenagem.

 

Veja abaixo o texto na íntegra:

MARIA DOS ANJOS CURY

 

Há quarenta e cinco anos um grupo de mulheres abnegadas criou o corpo de voluntárias da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes.

Esse grupo foi pensado com a finalidade precípua de humanizar o atendimento hospitalar, principalmente num local onde a maioria dos pacientes é necessitada, desvalida e precisa de carinho, palavra amiga, conforto, amor.

A missão é difícil, espinhosa, pois atuando em diferentes setores do Hospital se deparam com as mais diversas agruras impostas pelo sistema de saúde público do nosso País, que sabemos deficiente.

Desde o começo a senhora Maria Cury fazia parte como voluntária, depois foi presidente e ultimamente presidente vitalícia das voluntárias.

Ela nasceu no dia 08 de setembro de 1926, em Itajubá, nas Minas Gerais. Veio para Mogi das Cruzes e tomou-se de amores pela Santa Casa. Era a sua segunda casa, difícil o dia em que não aparecia. Conhecia a fundo os problemas e as necessidades do Hospital. Fazia parte da Mesa Administrativa.

Angariava, buscava fundos, doações, principalmente para os enxovais dos recém-nascidos mais carentes. Aliás, este chá beneficente que acontece há cerca de vinte e cinco anos, em abril e outubro de todo ano tem essa finalidade. Dona Maria sempre sentava na mesma mesa, na entrada, recepcionando os convidados.

Criar o voluntariado na Santa Casa foi uma tarefa hercúlea, mas o mais difícil reside em mantê-lo, com os mesmos princípios, plantando no coração de cada novo membro a semente da dedicação, do compromisso, do desprendimento. A semente germinou, deu frutos, expandiu e hoje temos excelentes voluntárias.

Ultimamente a nossa DONA MARIA tinha dificuldade para se locomover, dores e mesmo assim aparecia vez por outra na Nossa Santa Casa, percorria os corredores e checava tudo. Um exemplo de força de vontade, de fibra, de convicção.

No dia 11 de setembro de 2015, logo após completar oitenta e nove anos, ela partiu. Deixou-nos órfãos. Talvez para ela tenha sido melhor assim, mas para nós que somos egoístas e queremos ter sempre por perto quem amamos é muito doloroso. Lidamos mal com a inexorabilidade da morte, com o desconhecido, nessas horas precisamos nos apegar a Deus para aplacar o sofrimento e continuar a ter esperança, superar a dor.

Ela se foi, mas deixou um legado precioso, um ensinamento que sem dúvidas vai atravessar ainda muitas gerações.

Parafraseando a música: “NAQUELA MESA ESTÁ FALTANDO ELA, E A SAUDADE DELA ESTÁ DOENDO EM NÓS”.

ODILON NEGRÃO NETO

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